segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sobre o Rio


Não achei foto que ilustrasse melhor o momento vivido pelo Rio (e pelo Brasil inteiro por tabela) do que esta aqui. Soldados se protegendo. E muitas câmeras atrás.

A sequência de fotos completa está aqui.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Viagem de busão


Do blog Bebida Liberada

Apesar de ser um país interligado por rodovias na maioria de sua extensão, o Brasil conseguiu baratear bastante o custo das passagens de avião. Mas o fato é que grande parcela da população, seja por medo, por falta de grana ou por qualquer outro motivo, já viajou de ônibus. E cabem algumas observações nesta empreitada.A viagem de ônibus começa na compra do bilhete. Minha avó sempre dizia para viajar do lado onde fica o motorista, pois o reflexo do mesmo é se salvar em uma eventual batida. Já meu pai falava que o melhor é no meio do ônibus, pois não sacode tanto e você não fica enjoado. Só que EU sempre quis MESMO era viajar do lado de uma gatinha, mas parece que é como ser entrevistado pelo Ibope: em ambos os casos, nunca fui e não conheço ninguém que tenha realizado o feito. Na maioria das vezes quem sentava ao meu lado era idoso, louco/a querendo puxar assunto ou, uma pessoa (?) muito estranha.

Outra dúvida que sempre tive é se guardo as malas lá em baixo no bagageiro, pois sempre que fiz isso, esqueci algo que precisava e quando não o faço a mala não cabe no espaço destinado a ela dentro do ônibus. Falando da viagem propriamente dita, normalmente começa muito bem. Porém, após alguns minutos sempre tem alguém que invariavelmente vai reclamar do ar condicionado (normalmente uma mulher dizendo que está muito frio).

Quando o trajeto é noturno e você está MORRENDO de sono, invariavelmente se depara com pelo menos um destes seres: o “Cult” que resolve ler alguma coisa de madrugada e acende aquela luzinha; a dupla que julga ser um bom horário para bater um papo; o non-sense que resolve atender o celular pra ganhar um beijinho de boa noite (da mãe/namorada); a criança que não para de chorar ou; o cara que ronca como se fosse um filhote de javali.


Ainda rola a parada do ônibus que se constitui basicamente em alguma do tipo “comeu-morreu” com aquele kibe (“não amigão, é coxinha” e o sujeito espanta as moscas de cima) engordurado ou aquelas lindíssimas onde um folheado custa 15 pratas e um café 10 (acho que é lá que o flanelinha aqui da rua está tomando café…). A viagem, via de regra termina com o sorriso amarelo de algum conhecido, amigo, parente que teve de acordar às 5 da manhã para te buscar na rodoviária e te encontrar todo suado e fedido (porque a menina conseguiu convencer o motorista de que estava muito frio e o ônibus ficou com aquele futum de 50 pessoas respirando).

É, talvez avião tenha mesmo um melhor custo benefício pois a viagem é mais rápida e higiênica. E ainda por cima rola uma birita no serviço de bordo!

P.S.: Em compensação o avião não vai naqueles confins do interior, e é aí que está a graça da viagem de ônibus.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Festival dos Festivais



Descobri que há 25 anos estava sendo realizado o Festival dos Festivais: o último suspiro do que representou a chamada Era dos Festivais.

Há alguns dias atrás estava eu assistindo (na verdade reassistindo) vídeos das apresentações dos intérpretes escalados, pelo menos os mais famosos atualmente e peguei meu irmão que não era nascido na época para que virássemos críticos musicais. Detalhe: eu era nascido, mas tinha apenas três anos na época do festival. Aí ao descobrir que o festival está comemorando bodas de prata resolvi me aprofundar em todos os vídeos que chegaram até nós via youtube e me deparei com o primeiro dilema, na verdade o dilema que me motivou a escrever este texto despretensioso e que serve de reflexão para toda nossa geração que vive de nostalgia mas que nunca se preocupou com algo essencial: a validade do julgamento de pessoas dos dias atuais.

Num exercício fácil percebemos algo óbvio mas que não levamos em consideração num primeiro momento, e isto vale para pessoas que viveram momentos históricos distintos (leia-se uma distância de no mínimo vinte anos). Não temos valores e pensamentos iguais ao das pessoas que viveram há 25 anos atrás logo não teremos a mesma visão das pessoas de antigamente sobre quais músicas eram boas e quais eram ruins. Pra falar a verdade a tendência seria dizer que nada prestou naquele festival. E aí tem duas coisas a se levar em consideração:

- Apesar de ter conseguido pouquíssimas informações sobre o evento em si, deu pra perceber principalmente pelos vídeos o quanto o festival mostra aos meus contemporâneos no que diz respeito ao contexto cultural vigente na época. Os vídeos quase gritam o que era os anos 80 em todos os aspectos visuais, musicais, gráficos e comportamentais.

- Se por um lado não podemos julgar nem as músicas e nem as preferências da época, podemos fazer um paralelismo: fazer nossas escolhas com os parâmetros atuais e comparar com os da época. Pode não ter fundamento histórico, psicológico e nem educativo, mas é divertido.

E deixando um pouco de fazer divagações falemos agora dos "melhores momentos" daquele que é considerado o último festival de MPB relevante para a história. E apesar de que na época este formato de competição já se encontrava desgastada Deve se considerar que vários cantores que faziam ou passariam a fazer sucesso na época estavam lá defendendo músicas sendo que algumas ficariam eternizadas.

Claro, nem tudo que ficou eternizado foi por conta da qualidade musical. Dois destaques de certa relevância: Pedro Bial, ainda um ilustre desconhecido, brindando o público com uma saraivada de versos "poéticos" em meio a uma música que não diz muita coisa. E um grupo infantil (o que mais havia na época): Os Abelhudos - se apresentando com a música "O Dono da Terra" e pelos relatos que consegui o grupo fez com que a criançada passasse a torcer por eles. Óbvio.

Mas nada foi mais "fail" no festival do que as legendas da transmissão. Para o povo aprender as letras foi uma deseducação pois as legendas sumiam, voltavam, entravam na hora errada e com muitos erros gritantes em comparação com o que estava sendo cantado.

Enfim, depois de três meses passou-se a etapa eliminatória regionalizada e veio a grande final do dia 9 de Novembro de 1985 no Rio de Janeiro, onde se consagraram grandes nomes da época. Rita Lee mesmo se apresentou depois de passar um tempo sumida da mídia.

E sim, Oswaldo Montenegro - o rato de festival - estava lá. E Emílio Santiago também. Até a Rosana "como uma deusa" Fiengo deu as caras por lá.

Meus destaques positivos: Leila Pinheiro. Não sei se ela gravou "Verde" (a música do topo do texto) em estúdio antes ou depois do festival, mas ela é maravilhosa, ótima pedida para ouvir num dia chuvoso de fim do verão. Não à toa Verde ganhou o terceiro lugar do festival. Outro destaque relevante ao meu ver foi

Em segundo lugar ficou "Mira Ira", interpretada por Miriam Mirah. Confesso que não conheço nem música nem intérprete mas a música me agradou e também ao júri que deu a ela o prêmio de melhor arranjo. Quem conhecer pode dar maiores detalhes. E li nos comentários das músicas do festival que a música vencedora causa controvérsias até hoje. Eu mesmo, com a minha cabeça de hoje não consigo entender como Escrito nas Estrelas, com uma letra pavorosa e com uma Tetê Espíndola com um visual mais pavoroso ainda (acho que mesmo para os padrões da época) levou o prêmio maior da competição.

E qual é a desses dois aí fantasiados de coração? Vergonha alheia ao máximo aqui.

Enfim, não vivia a época, só tinha três anos de idade como disse, então não me sinto apto a julgar a decisão e os demais resultados. Mas lembro com clareza o tanto que essa música fez sucesso na época, principalmente no ano seguinte ao do festival. Mas é inegável que sempre que alguém quer zoar uma rodinha de violão tenta imitar os agudos de Tetê:

"CASO DO ACASO BEM MARCADO EM CARTAS DE TARÔ..."